quarta-feira, 14 de março de 2012

Inquietações

Hoje é quatorze de março de dois mil e doze, e estou deitada com "my man" na cama de casal. Eu deveria ter ligado para minha mãe assim que chegasse da faculdade. Eu cheguei às 10 horas e até agora não tive coragem de ligar e sinto pena dela e do meu pai por eu não ter ligado. Mas não consegui ligar. Eles querem que eu case e vão falar várias coisas que eu não concordo, enfim... Ao mesmo tempo eu sei que eles também se sentem magoados pelo meu distanciamento e aí fico com pena. É uma grande chatice esse meu dilema familiar. Já estou cansando de falar sobre ele e aposto que a maioria das pessoas já estão cansadas de ouvir.
Meu dia hoje poderia ser resumido a  ansiedade persistente com relação ao  meus pró-genitores e a uma parvoice cometida por mim hoje na estação do metrô. Eu estava comendo um sanduíche e simplesmente mastiguei um pedaço de papel. Por alguns segundos parei e tencionei tirar o papel da boca. Mas desisti por pura preguiça. Eu precisava era degustar todo aquele sanduíche e uma sublime passividade tomava posse de mim naquele momento. Ainda bem que se tratava apenas de um sanduíche. Pois mesmo se eu caísse na linha do metrô era capaz que não sentisse vontade de levantar-me do chão. Um torpor medonho tomou conta de mim e fui comendo o sanduíche com papel e tomando coca-cola para empurrar intestino a dentro. No fim achei o papel agradável para comer e me levantei para entrar no metrô. Quando virei  meu rosto para a esquerda olhando se tinha deixado alguma coisa no banco uma senhora me encarava com temor e ela tinha um olhar de medo. Esse estranhamento dela com relação a minha pessoa me tirou desse estado de sensibilidade reduzida. Então eu fiquei olhando para ela, até que ela se levantou do banco. Imediatamente a minha vontade de brigar, comer e transar voltou. Acordei!



" - Pam, cadê a história, o desfecho? Nada que disse faz sentido.
   - A história já está contada. Não tem desfecho, nem remate. É só isso."

Fora o dilema com os meus pais, essa espécie de apatia que ás vezes me acomete em momentos (pequenos ou importantes) em que preciso reagir, eu fiz sexo hoje e foi bom.Só queria morder mais "my man" e bater nele na hora de trepar. Ele disse que tudo bem, mas tenho certeza que não sabe o que está falando. Deixo apenas pequenas mordidas pela corpo dele, por enquanto.

"-Pam, esse post não tem nenhum sentido.
 - Eu sei disso."

 
 
 Desenhos de Roland Torpor ilustram esse post

Um comentário:

  1. Não tô cansa de ler não sobre nada que tu escreve (: Mas costumo pensar o mesmo sobre mim, que estão cansados de me ouvir.

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